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 Desportivo do liceu


A conversa com.....

Diana Carvalho, portadora do título nacional de mais toques dados na bola, mais conhecida como Carvalhinho no mundo do Futsal, afasta-se dos pavilhões.

Desde novinha que apresentava grandes aptidões neste desporto, o que a longo prazo se veio verificar. Das ruas para os pavilhões foi o seu primeiro sonho conquistado. Aos 13 anos, pisa pela primeira vez o terreno de jogo ao serviço das Seniores Femininas do Vitória de Guimarães (Futsal). “Foi uma luta difícil, pois a diferença de idades e a experiência eram notórias. Mas com muito esforço e dedicação consegui entrar no ritmo de jogo.”

Ao longo da sua carreira deparou-se com alguns contratempos. 11 De Abril de 2008, operação aos tendões do peronial (pé direito). “ Quando recebi a notícia de que teria de recorrer a uma cirurgia não consegui esconder a minha tristeza e preocupação. Só me questionava se algum dia iria voltar a ouvir o meu nome dentro das quatro linhas”. Durante 6 meses ficou afastada dos campos de jogo, onde teve de dedicar todo esse tempo à sua recuperação. “Com muita entrega consegui felizmente dar a voltar por cima, o que me deixou bastante optimista para continuar.”

Quando esta jovem promessa pensava que já nada mais a iria impedir de continuar a lutar pelos seus sonhos, eis que surge um novo obstáculo. 26 De Junho de 2009, segunda operação aos tendões do peronial (pé esquerdo). “Fiquei desesperada, pois relembrei tudo o que tinha passado e ultrapassado. Parecia que nada disto me estava a acontecer, mas na realidade tive de voltar a carregar aquele gesso um ano depois.”.

Durante esta conversa, tiramos algumas conclusões. Tal como esta atleta nos relembrou “O que não nos mata torna-nos mais fortes”, e isso revelou-se depois de tudo o que passou.

 

Desportivo do liceu - Como é a vida de um atleta?

 

Carvalhinho – É uma rotina cansativa, pois envolve muito esforço e dedicação. Há dias em que chego a ter dois treinos e ainda o ginásio.

D.L - Tem de lidar com muito stress? Se sim como lida com ele?

C. – Penso que todos os atletas têm os seus momentos de stress. E como estudante que sou tenho de saber conciliar os treinos com trabalhos e testes que vou tendo.

D.L - Já teve alguma lesão grave? Se sim qual?

C. – Sim, tive uma lesão igual nos dois pés. Extensão dos tendões do peronial. Tive de recorrer a duas intervenções cirúrgicas, o que foi bastante difícil para mim.


D.L.- Qual das operações lhe custou mais?


C. – Cada operação teve os seus prós e os seus contras. Na primeira eu não sabia para o que ia, logo estava mais preocupada e com mais medo. Na segunda, apesar de ser a mesma lesão e saber o que ia voltar a passar (pé contrário) estava ansiosa.

D.L- Teve algum acompanhamento psicológico? Se sim em que ajudou?

C. – Não, não tive nenhuma ajuda psicológica. Mas penso que se na altura tivesse a ajuda de um (a) psicólogo (a) teria sido mais fácil ultrapassar a lesão.

 

D.L-  O que acha das drogas no desporto?

C. - Para além de ser ilegal, é prejudicial à Saúde. Uma grande percentagem de desportistas consome drogas, por exemplo para terem mais capacidade para aguentar um jogo. Na minha perspectiva, se um atleta consome drogas é porque não acredita nas suas capacidades.

 D.L- Consome bebidas energéticas? Se sim, acha que ajuda no seu desempenho?

C. – Sim, consumo bebidas energéticas. Uma bebida energética ajuda a recompor os músculos do cansaço, e não está provado se faz ou não mal á Saúde.

 

 

 

 

D.L- Tem cuidado com a sua alimentação, sendo uma desportista?

C. – Sim. Penso que não só um desportista mas toda a população deverá ter cuidado com a alimentação. Procuro comer algo rico em vitaminas, ferro, cálcio (…).

D.L- Qual é a sensação de jogar no Vitória de Guimarães?

C. – É uma sensação única. Tem uma massa associativa bastante interessada no clube, e que dá tudo por este. Sei que posso correr meio Mundo que nunca vou encontrar clube igual.

D.L.- Sente o apoio do público quando joga?

C. – O apoio do público é essencial. Quando temos a “casa cheia” dá-nos mais vontade de jogar. O futsal no Vitória de Guimarães não é uma modalidade muito conhecida, no entanto temos vários adeptos que se deslocam ao pavilhão para nos ir ver jogar. Depois temos os nossos amigos, que os dão um apoio incondicional.


D.L.- Como vê reconhecido esse apoio?

C- Para uma atleta, saber que tem apoio do público fora das 4 linhas é fundamental o que se verificou no lençol e no cartaz. Agradeço desde já a quem sempre esteve a meu lado e acreditou em mim.

 


D.L- Porque desistiu do Futsal?

C. – Isso já se torna um boato, eu não desisti. Apenas me ausentei por causa dos estudos. Se calhar porque não conseguia conciliar, ou então porque a paixão pelo desporto falava mais alto. Foi um momento na minha Vida e tal como nos acontece ao longo da mesma em que tive de tomar uma decisão, e penso que foi a mais correcta para o meu futuro próximo. No entanto, quando os meus estudos estiverem assegurados, aí sem duvida alguma que irei voltar com toda a força e dedicação.

D.L- Depois desse “boato” surgiram algumas propostas?

C. – Sim, surgiram várias propostas. Duas equipas da Póvoa de Lanhoso (Maria da Fonte e Porto D’Ave), uma equipa de Guimarães (Brito) e uma equipa do Porto (Rebordões).

D.L- Já teve alguma chamada á selecção?

C. – Sim. Já pertenço á selecção de Braga á 3 anos, sendo neste ultimo sub-capitã. O meu maior objectivo/sonho é vestir a camisola das Quinas. Já fui chamada para um estágio da selecção Nacional (2009), mas devido á minha lesão (operação) não pude comparecer ao mesmo, com muita pena minha, mas não vou desistir.

D.L- Em que clube pretende regressar à próxima época?

C.- Neste momento estou indecisa. Não é uma coisa que me preocupe muito neste momento. Tenho de averiguar e ver os que me oferecem melhores condições. E claro, quero fazer parte de um bom grupo de trabalho e que tenha objectivos, um clube que lute pelo 1º lugar do campeonato.  


D.L.- Obrigada pela sua entrevista e simpatia!!